
2013 no POPSTAR
Posted December 27th, 2013 at 11:33 am1 Comment
1. Depois de ter ultrapassado o PSD em intenções de voto em Setembro de 2012 (TSU), o PS iniciou o ano com cerca 5 pontos de vantagem sobre o PSD em intenções de voto (34% contra 29%). Termina o ano de 2013 com cerca de 9 pontos de vantagem (36% contra 27%). O novo impulso na intenções de voto no PS (e correspondente início de novo declínio nas intenções de voto no PSD) ocorreu no início de Maio de 2013, e coincidiu com o anúncio do pacote que incluía a convergência CGA/SS, pensão completa só aos 66 anos, 40 horas semanais na função pública e dispensa de 30 mil funcionários do Estado. Contudo, a progressão de um e o declínio de outro não foram lineares a partir daí. O PSD, que chegou a estar nos 25%, experimentou uma ligeira recuperação desde a crise política de Julho, com a demissão de Gaspar e Portas, a recusa de Passos Coelho em aceitar a demissão de Portas, e a mudança na orgânica do governo.
2. A CDU consolidou o seu domínio entre os “pequenos partidos”, tendo hoje mais de 5 pontos de vantagem sobre o CDS ou o BE. A este respeito, o ano tem duas partes. Na primeira metade do ano, a CDU subiu, mantendo-se estável desde Junho. Na segunda metade do ano, especialmente desde a crise política de Julho, o CDS desceu, perdendo cerca de 2 pontos. Curiosamente, o BE também desce desde essa altura.
3. Os líderes dos partidos da oposição são aqueles cuja actuação é mais bem (ou menos mal) avaliada pelos eleitores. Até Julho, Portas também fazia parte desde grupo, mas a crise política puniu-o particularmente. A ligeira melhoria observada desde então não foi suficiente para que recuperasse a sua anterior posição. Pedro Passos Coelho situa-se a níveis muito baixos (3.3 numa escala de 0 a 20) e Cavaco Silva, apesar de alguma recuperação desde Julho, continua a ser o Presidente da República com pior avaliação pública desde que há dados recolhidos regularmente sobre este tema.
4. Pedro Passos Coelho foi, de longe, o líder partidário que gerou maior buzz nas notícias online, nos blogues e no Twitter, ao que não será estranho, naturalmente, o seu cargo de Primeiro Ministro. A única concorrência que teve foi a de Paulo Portas, especialmente por altura da crise política de Julho. O domínio de Passos Coelho em termos de visibilidade é mais acentuado nas notícias e (especialmente) nos blogues do que na twittosfera, onde quer Portas quer Seguro têm comparativamente um destaque maior. Pelo contrário, na twittosfera e nos blogues, Jerónimo de Sousa, Catarina Martins e João Semedo são praticamente invisíveis, em comparação com algum buzz que, apesar de tudo, ainda vão tendo nas notícias (mas ainda assim deproporcionalmente menor em comparação com o peso eleitoral dos seus partidos).
5. No início do ano, Pedro Passos Coelho concentrava as atenções negativas da twittosfera, lugar apenas brevemente contestado por António José Seguro em finais de Janeiro/inícios de Fevereiro, por altura do psicodrama à volta da disputa da liderança do PS por parte de António Costa. Desde Julho, contudo, Portas disputa com Passos Coelho a posição de líder partidário sobre o qual se fazem mais afirmações negativas no Twitter. Outra forma de ver algo parecido consiste em olhar para o rácio entre menções positivas e negativas, donde resulta, contudo, um quadro globalmente muito negativo para todos os líderes políticos excepto aqueles que são virtualmente ignorados neste meio, os do PCP e do BE.
[…] como acima referi, as Autárquicas proporcionaram a mais importante fonte de informação. Quanto aos resultados das sondagens, elas apenas reforçam essas conclusões. Relembro que o PSD de Santana Lopes nas eleições […]