Artigo
Posted March 3rd, 2010 at 2:05 pm2 Comments
Um artigo de Miguel Lebre de Freitas, no Jornal de Negócios, via Economia Política. O Economia Política fala, a propósito disto, do Europa 2020. A mim, a crónica de Lebre de Freitas lembrou-me de , intitulado Economists have no clothes:
Unfortunately, economists, generally, failed to understand that aggregate variables that may be measured with tolerable accuracy ex post may not be variables subject to control, directly or even indirectly. The fundamental misconception here lies in the understanding of what ‘the economy’ is. The ‘economic problem’ is not (despite Lionel Robbins) an engineering problem that may be defined simply as the allocation of scarce resources among alternative uses. The economy, in some inclusive definitional sense, is perhaps best described as an order that consists of an interlinked set of exchanges, simple and complex, from which outcomes emerge that may in some respects be meaningfully measured but that cannot be chosen, and thereby controlled, by concentrated decision takers.
Além de agradecer a referência imerecida (e o link para o artigo de Buchanan que não conhecia e cuja leitura apreciei), julgo que os dois textos embora tenham argumentos conmuns (as limitações da ciência economia) são diferentes. Penso que o artigo Miguel Lebre de Freitas visou sobretudo a intervenção do Estado na escolha dos sectores em que “devemos” apostar e portanto uma intervenção do estado ao nível da “microeconomia”, enquanto que o texto de Buchanan se dirige à capacidade predictiva dos modelos “macroeconómicos” e à capacidade do Governo para influenciar essa palavra. Curiosamente, Buchanan recomenda um regresso aos fundamentos micoreconómicos (à semelhança dos neo-clássicos e neo-keynesianos) mas que tenha em conta as instituições, o que pode ser em parte contraditório com o artigo do JN nomeadamente quando refere a sado passo que a questão será a saber “how can this or that set of constraints be predicted to operate so as to allow the generation of an order that meets certain criteria of desirability?”, mas não o será tanto na medida em que a actuação do Estado como regulador é substancialmente diferente da definição de políticas industriais activas.
Sim, sim, acho que tem toda a razão. A analogia que faço dá-se num plano mais superficial e ao mesmo tempo mais abstracto: os problemas das “políticas económicas”.