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Pedro Magalhães

As sondagens em 1998

As incertezas e contradições que resultam da leitura do quadro apresentado aqui fazem com que, desta vez, antecipe um exercício que costumo deixar para os últimos dias antes das eleições, a saber, a análise das sondagens pré-eleitorais em actos eleitorais anteriores. Fui pescar aos arquivos as sondagens divulgadas pelo Público, Diário de Notícias, Expresso, Independente e Visão nos três meses que antecederam o referendo de 1998 (é possível que me tenha falhado uma ou outra, mas procurei ser exaustivo).

Apresento-as da mesma forma que venho adoptando para as sondagens do referendo de 11 de Fevereiro: excluindo abstencionistas e apresentando apenas intenções directas de voto e estimativas de resultados (sem brancos e nulos). Sempre que um órgão de comunicação não apresentou estimativas, limitei-me a redistribuir indecisos proporcionalmente, para comparar resultados entre si e com resultados eleitorais. Quando essas estimativas foram divulgadas, apresento os resultados tal como foram apresentados na imprensa. As fichas técnicas costumavam ser mais incompletas do que são hoje, mas procurei interpretá-las o melhor que pude para dar a informação metodológica. Recordem-se, por fim, que até 2000 não era possível divulgar sondagens na última semana antes do acto eleitoral.

Lendo artigos recentes na imprensa sobre as sondagens de 1998 e alguns comentários nos blogues, até parece que os resultados do referendo apanharam toda a gente de surpresa. Na época, eu nem estava no país e não acompanhei isto, mas não pode ter sido bem assim.

É verdade que a Euroexpansão (não confundir com a Eurosondagem) dava, a um mês do referendo, nada menos que 86% de intenções de votos válidos para o “Sim”. E é também verdade que, a duas semanas do referendo, o Centro de Sondagens da Universidade Moderna dava uma vantagem de 22 pontos para o “Sim” em votos válidos. Mas olhem para as sondagens da Metris em Abril e Maio, para já não falar das duas sondagens realizadas mais perto do dia (Metris e Católica, esta última sem divulgação dos resultados brutos na imprensa). Para quem olhava para isto com olhos de ver, não teria sido preciso muito para perceber que, com a dinâmica de descida do “Sim” evidente na comparação das várias sondagens Metris, SIC/Visão e Católica ao longo do tempo, e com uma mera vantagem de 4 a 5 pontos a mais de uma semana do referendo, o resultado final só podia ser incerto. Hindsight ajuda sempre, claro. Mas se, na altura, alguém tinha certezas sobre a vitória do “Sim”, então era porque não tinha pensado muito sobre o assunto.

O que nos diz isto que possa servir para a situação actual? A verdade é que suscita mais dúvidas que certezas. Por um lado, parece evidente que as dificuldades que um referendo – e em particular um referendo num tema como este – coloca à capacidade de descrever e prever intenções de voto (descritas aqui ou aqui, por exemplo) não são inultrapassáveis. Mas por outro lado, diz-nos também que aquilo que a maioria das sondagens está a dizer não é necessariamente o que estará mais próximo da realidade. É possível que os actuais resultados da Eurosondagem vão suscitando algum cepticismo quando confrontados com os obtidos pelos outros institutos, e esse é, confesso, o meu primeiro e imediato instinto (mais sondagens a dizer uma coisa que outra). Mas quem nos diz que esse cepticismo não é igual àquele que foi certamente suscitado pelos resultados que a Metris ia obtendo nos meses de Abril e Maio de 1998?

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