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Pedro Magalhães

Mais gráficos

Há dias, numa apresentação que fiz no Museu Biblioteca República e Resistência, num ciclo organizado pelo ICSTE, mostrei uns gráficos. Há dois que gostava de mostrar aqui.

O primeiro mostra a soma das percentagens de votos válidos obtidos pelo PS e pelo PSD em cada eleição. Em 1979 e 1980, a votação do PSD é estimada como uma proporção do voto na AD, calculada na base da média dos resultados PSD, CDS e PPM nas eleições imediatamente anteriores e posteriores. E para 2009, os 67% são a estimativa das sondagens para Março de 2009, controlados “house effects”. O que o gráfico diz é simples: se as eleições fossem hoje (eu sei, eu sei), PS e PSD teriam, no seu conjunto, o pior resultado desde as eleições de 1985.

O segundo gráfico repete esta informação mais adiciona uma série, a da soma dos votos válidos nos candidatos presidenciais apoiados pelo PS e pelo PSD (1º volta, quando houve duas). Exclui, no entanto, todas as eleições presidenciais onde o Presidente se apresentou a reeleição, por terem características muito diferentes.

Há uma “teoria” sobre a bipartidarização em Portugal que a vê como efeito das presidenciais, ou seja, como efeito da constituição de dois “blocos” em torno de dois principais candidatos, que ajudaria a cristalizar os votos em torno dos dois principais partidos. A “teoria” inversa – bipartidarização concentra votos nos candidatos dos dois principais partidos – é igualmente plausível e, confesso, nem sei bem por onde começaria para testar uma ou outra como deve ser. Mas a observação das duas séries é, digamos, sugestiva. Até para pensarmos em como as presidenciais de 2006 podem ter ajudado a “soltar” eleitores do PS…

3 Comments

  1. Em 1985 o PRD “soltou” muitos votos do PS que foram para a Direita (PSD).
    De facto, nas últimas presidenciais o M. Alegre pode ter “solto” votos, mas que desta vez vão para a Esquerda (BE).
    Temos uma tragédia política à vista?

  2. Anonymous says:

    Interessante será ver se o PS terá condições para governar aliando-se ao CDS.
    A não ser assim vejo muito dificil o PS aliar-se ao BE ou ao PCP, por razões que bem sabe.
    Restaria ainda a hipotese PS+CDS+PSD madeira (seria irónico), mas teriamos como ultimo recurso o regresso do bloco central.
    Assim sendo acho que devia existir uma grande atenção nas sondagens sobre a possibilidade PS+CDS (mesmo com o CDS apoiando apenas informalmente o PS como sucedeu durante os governos de Guterres)

    Cam

  3. Anonymous says:

    No seu gráfico falta o PRD. Bem sei que o PRD não era um partido do chamado “bloco central”, contudo foi um epifenómeno cujos eleitores eram do Bloc Central e que flutuavam entre PS/PSD. Aliás a ambição do PRD era essa mesma ser do bloco central.
    Se por outro lado “Bloco Central” caracterizr partidos de Centro (ESq ou Dir), o PRD era o mais central de todos (aliás sentava-se na AR entre PS e PSD.

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