Mas alguém ainda leva a Marktest a sério??? Para não variar “aumenta” em 10 pontos percentuais o partido mais votado, relativamente às outras empresas de sondagens.
A Marktest está a ter resultados estranhíssimos. Uma coisa é um resultado estranho ocasional, outro é ter maus resultados (esqueçamos a diferença entre sondagem e previsão) para eleições diferentes e com métodos diferentes. Algo de muito errado se passa.
Tenho pena que a minha rádio e o meu jornal preferido continuem com a Marktest.
A respeito da Marktest, uma ideia começa a cristalizar na minha cabeça.
Pelo que li na fica técnica de uma sondagem deles, os números telefónicos são escolhidos por um computador, de acordo com as indicações dos inquiridores (estes introduzem a região que pretendem, e o computador dá um número telefónico); questão – será que o programador do sistema informático foi informado das supostas fronteiras das regiões marktest, ou será que quando lhe pedem um telefone do interior norte, o computador está programado para dar um número de Tras-os-montes/Beira Alta?
Outra hipótese (mais provável mas menos divertida) é que é simplesmente resultado da Marktest conduzir as suas sondagens recorrendo a um meio de comunicação largamente abandonado por grande parte da população.
1. Eu resisto a julgar a capacidade das sondagens da Marktest para medirem correctamente as intenções dos eleitores na base do confronto entre essas intenções e os resultados em 2 ou 3 eleições. Da mesma maneira que não acho que as sondagens da Marktest tenham poderes mágicos por causa das Europeias, também não as julgo fatalmente enviesadas por causa das Presidenciais. Acho que precisamos de mais dados e séries mais longas, e de controlar os efeitos das características das eleições. Estou a trabalhar nisso com o LA-C e com um estudante aqui do ICS. Estamos quase a terminar uma primeira versão de um paper sobre o tema.
2. A explicação “telefónicas” deixa por explicar o comportamento de outras sondagens telefónicas: Aximage (sempre), Eurosondagem e Intercampus (a maior parte das vezes).
Pegando numa série (digamos das últimas dez eleições), o Pedro consegue ver qual método que prevalece nas melhores sondagens: – quotas ou aleatório e – telefone ou pessoal?
Nas sondagens para eleições presidenciais desde 1986 até hoje não é possível discernir qualquer padrão entre as diferentes técnicas amostrais e também entre modos de inquirição.
Só as sondagens presenciais (pessoais) apresentam resultados ligeiramente “piores” que as telefónicas. Contudo, isso é influenciado por 1986 e 1991, quando era proibido por lei fazer sondagens no último mês antes das eleições.
Ainda vale a pena publicar sondagens feitas pela Marktest, depois da barracada das Presidenciais……
Com empresas destas, as sondagens em Portugal deixam de ter qualquer credito.
Há eles lá vão dizendo que de 800 entrevista só conseguiram 200 respostas POIS…..
Mas alguém ainda leva a Marktest a sério???
Para não variar “aumenta” em 10 pontos percentuais o partido mais votado, relativamente às outras empresas de sondagens.
A Marktest está a ter resultados estranhíssimos. Uma coisa é um resultado estranho ocasional, outro é ter maus resultados (esqueçamos a diferença entre sondagem e previsão) para eleições diferentes e com métodos diferentes.
Algo de muito errado se passa.
Tenho pena que a minha rádio e o meu jornal preferido continuem com a Marktest.
A respeito da Marktest, uma ideia começa a cristalizar na minha cabeça.
Pelo que li na fica técnica de uma sondagem deles, os números telefónicos são escolhidos por um computador, de acordo com as indicações dos inquiridores (estes introduzem a região que pretendem, e o computador dá um número telefónico); questão – será que o programador do sistema informático foi informado das supostas fronteiras das regiões marktest, ou será que quando lhe pedem um telefone do interior norte, o computador está programado para dar um número de Tras-os-montes/Beira Alta?
Outra hipótese (mais provável mas menos divertida) é que é simplesmente resultado da Marktest conduzir as suas sondagens recorrendo a um meio de comunicação largamente abandonado por grande parte da população.
Tentador. Mas duas coisas:
1. Eu resisto a julgar a capacidade das sondagens da Marktest para medirem correctamente as intenções dos eleitores na base do confronto entre essas intenções e os resultados em 2 ou 3 eleições. Da mesma maneira que não acho que as sondagens da Marktest tenham poderes mágicos por causa das Europeias, também não as julgo fatalmente enviesadas por causa das Presidenciais. Acho que precisamos de mais dados e séries mais longas, e de controlar os efeitos das características das eleições. Estou a trabalhar nisso com o LA-C e com um estudante aqui do ICS. Estamos quase a terminar uma primeira versão de um paper sobre o tema.
2. A explicação “telefónicas” deixa por explicar o comportamento de outras sondagens telefónicas: Aximage (sempre), Eurosondagem e Intercampus (a maior parte das vezes).
Não percebo a surpresa sobre estes resultados… eles foram divulgados a 19 de Janeiro numa ficha técnica publicada pela TSF:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1761313
Pegando numa série (digamos das últimas dez eleições), o Pedro consegue ver qual método que prevalece nas melhores sondagens:
– quotas ou aleatório e
– telefone ou pessoal?
Nas sondagens para eleições presidenciais desde 1986 até hoje não é possível discernir qualquer padrão entre as diferentes técnicas amostrais e também entre modos de inquirição.
Só as sondagens presenciais (pessoais) apresentam resultados ligeiramente “piores” que as telefónicas. Contudo, isso é influenciado por 1986 e 1991, quando era proibido por lei fazer sondagens no último mês antes das eleições.