Sondagem do CESOP
Posted June 2nd, 2011 at 5:50 pm6 Comments
Intenções de voto não são comportamentos de voto, pelo que comporta um certo risco tratar a relação das primeiras com variáveis explicativas, risco esse que é contornado pelas sondagens pós-eleitorais (e por exit polls feitas a pensar nisso, volto a insistir). Mas os resultados da sondagem da Católica são tão interessantes desse ponto de vista que é impossível resistir. Estou a olhar para os gráficos do DN e não os encontrei online. Mas quando estiver depositada na ERC vão poder perceber melhor o que estou a dizer.
1. A relação curvilinear entre idade e a opção “De certeza que vai votar”: mais jovens votam menos, a propensão cresce depois e volta a descer no fim do ciclo de vida. É muito débil ainda este padrão, mas vai fortalecer certamente quando olharmos para comportamentos em vez de intenções.
2. O bom desempenho do CDS e (especialmente) BE entre os mais jovens. O padrão é familiar.
3. A correlação negativa – forte mesmo nas intenções de voto – entre instrução e voto no PS, cujo desempenho entre os mais instruídos é bastante fraco. Entre os que não completaram o secundário, pelo contrário, o PS supera mesmo o PSD em intenções de voto. Também aqui se confirmam padrões de 2009. Mas o PSD parece ter recuperado entre os mais instruídos em comparação com 2009.
Tudo isto é para confirmar depois, mas é este tipo de coisas a que as sondagens e aqueles que as divulgam deviam dar sempre importância. E é também o tipo de coisas que dá confiança na validade daquilo que se mediu numa sondagem, tal como já me tinha sucedido ontem na análise dos resultados da Intercampus.
Caro Dr. Pedro Magalhães:
Podia re-escrever o ponto 3?
Não percebo se é a relação instrução/votoPS ou o votoPS que é “forte” ou “fraco”.
O “Mas” do PSD veio confundir-me ainda mais.
José se deres uma olhadela nos gráficos tiras as dúvidas. Quanto mais próximo de zero menor correlação. Interessa no entanto acrescentar que os valores apresentados revelam em geral muito fraca correlação entre as variáveis ( estamos a falar de valores de r que não chegam a atingir os 0,20 num intervalo de [-1,1]
Caro Dr. Pedro Magalhães:
A confirmar o r=~0.2, a correlação afinal não é nada “forte”, conforme diz no texto. Muito pelo contrário, na minha opinião.
Contudo, mesmo assim penso que pode tirar as conclusões que tira, só não devia dizer: correlação forte.
Não sei o r, porque não tenho os dados a nível individual. E quando digo “forte” digo:
1. No contexto português
2. No que costuma significar “forte” com dados atitudinais e a nível individual deste género.
Vou por isso manter o termo “forte”, com esta explicação.
É clara a correlação entre juventude e instrução a favor do CDS e do BE.
Porém, será que se trata derdadeiramente de mais instrução, ou apenas de mais qualificações académicas, resultantes dos mais jovens terem mais destas (mas não necessariamente mais instrução, dado o que sabemos sobre a qualidade do ensino)?
Ou seja: não será que a “maior instrução” vem apenas por arrasto da maior juventude dos votantes do BE e sobretudo do CDS?
Provocação:)
Sera que o aumento de instruidos do PS terá alguma coisa a ver com as “Novas Oportunidades”….EH EH EH