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Pedro Magalhães

Uma proposta modesta

Com algum atraso, encontro um post de João Rodrigues no Arrasão sobre a Pordata. Descrevendo a base como “excelente”, o autor assinala criticamente o seguinte facto: “o Estado cria ou ajuda a criar e os ‘privados’ ficam com os lucros ou, quando não é caso disso, com o que importa: a estima e os louros que o dinheiro consegue comprar em sociedades demasiado desiguais”.

Eu estou completamente de acordo, e até vou mais longe. Olhando com a atenção para as fontes de Pordata, constato que a base beneficiou não apenas do trabalho de recolha e organização de dados que António Barreto fez quando estava no Instituto de Ciências Sociais (do Estado) mas também do trabalho de recolha e tratamento de dados feitos por uma multidão de instituições estatais, tais como o Banco de Portugal, o INE, vários ministérios, a Biblioteca Nacional e outras. Um escândalo, na verdade.

Só vejo uma solução: enquanto o Estado não assumir a responsabilidade de produzir uma plataforma que organize toda a esta informação e a torne acessível, os privados não lhe deveriam ter acesso para os fins que entenderem. Que é isto de comprar “estima e louros” com informação gerada com o dinheiro dos contribuintes? E até digo mais: verifico que João Rodrigues tem uma série de publicações, que vão desde a “economia política do futebol” até à análise do “discurso económico”. Infelizmente não li, mas estou plenamente confiante que nenhum destes trabalhos usa estatísticas oficiais, e é assim mesmo que deve ser. Que é isso de usar competências académicas adquiridas numa sociedade demasiado desigual e dados produzidos pelo Estado para obter estima e louros na comunidade académica? Em rigor, acho que apenas o Estado deveria ter acesso aos dados que ele próprio cria ou ajuda a criar, para não haver cá badalhoquices.

E se pensarmos bem ainda conseguimos ir mais longe: esta coisa de haver por aí académicos em instituições privadas a produzir conhecimento e a obter estima e louros com dados do Estado tem de ser muito bem revisto. E os estrangeiros? Os países deles que paguem. E por que raio deverão os FMI’s e as OCDE’s meter o bedelho nos dados do nosso querido Estado? Enfim, isto bem pensado leva-nos longe. Ainda bem que há gente que pensa como eu.

8 Comments

  1. Eu diria mesmo mais: se a Pordata não não traz qualquer tipo de valor acrescentado, como é que é possível alguém receber qualquer tipo de louros por aquilo?

  2. Mónica says:

    Falou e disse! (e aquele acto falhado (?) de chamar Arrasão ao dito aplica-se na perfeição ao post do João Rodrigues!!!!).

    Pedro, não conhecia a sua faceta irónica, mas ela só vem aumentar a admiração que tenho por si e pelo seu trabalho. Bem-haja!

  3. Grunho says:

    Caro Pedro Magalhães
    Um post que talvez confirme, ou talvez desminta, a tua opinião:
    http://economiafinancas.com/2010/03/15/ine-tecnicos-em-fuga/

  4. lusitânea says:

    Cá por mim agradecia que os dados da imigração e nacionalidade fossem actualizados.Alguém anda a trabalhar nas costas do pessoal trabalhador…

  5. caramelo says:

    Pedro Magalhães, aí é que está: esse “conhecimento” não foi “produzido” por privados, até porque não teriam meios para tal Foi produzido mesmo pelo INE, Banco de Portugal e outras instituições do Estado, obviamente, ou seja, por um batalhão de funcionários públicos anónimos. O seu a seu dono. É assim em qualquer país do mundo. De resto, a Pordata é útil, na medida em que reune e organiza esses dados num sitio de fácil consulta. Obrigado. Eu sou um admirador de almanaques, sobretudo os americanos, e nestas coisas ninguém bate os americanos. Mas uma coisa são as fontes, trabalho de formiguinha, outra coisa são os almanaques, on line, ou em paperback. Não vale a pena tratar a Pordata como se fosse o ovo de colombo ou uma iniciativa gloriosa de mecenato cultural.

  6. João Rodrigues, num novo post – http://arrastao.org/sem-categoria/badalhoquices – e um leitor levantam o problema do reconhecimento das fontes oficiais. Acho que é simples:

    1. A Pordata teria de listar as fontes. E é isso mesmo que faz, quer numa página geral com a lista quer em cada indicador, na Metainformação.

    2. Um utilizador deve:
    – citar a fonte, recorrendo à Metainformação (por exemplo, INE-BP, Contas Anuais Nacionais, etc.)
    – mencionar onde acedeu à informação (Available at: http://www.pordata.pt) para que outros a possam também verificar.

    Pelo menos, é assim que se faz nos guias de estilo que conheço.

  7. É incrível. Um enorme serviço público feito por uma Fundação, que dá visibilidade ao trabalho feito por diversos organismos, sejam estatais ou privados (que interessa?), que é de enorme utilidade para todos, para todos aqueles que na verdade o pagaram, contribuintes (sejam empresas ou trabalhadores por conta de outrem), e acham um escândalo. escândalo acho eu essa maneira de olhar o Estado como um ente com vida. O Estado pagou, o estado fez. Por favor. O Estado quem?

  8. Peço que me deixe acrescentar uma coisinha ao comentário anterior, não vá ficar obscuro: gostei muito do seu post.

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