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Pedro Magalhães

Indecisos

1. Quantos são? 28%? 25,1%? 25,4%? Ou 8,3%? Ou 33,3%? Qualquer discussão sobre este assunto tem de começar por reconhecer que o conceito de “indecisos” captado por estas sondagens terá quase certamente de ser diferente. Indecisos sobre se vão votar mas decididos sobre o partido? Decididos que vão votar mas indecisos sobre como? As duas coisas? Isto mais não os que não querem responder à questão sobre se vão votar? Ou os que não querem responder à questão sobre em que partido votariam? Ambas? O quê?

2. Presumindo que as empresas medem isto de forma internamente consistente, há mais qualquer coisa que podemos dizer. A 10 de Setembro de 2009, a duas semanas das eleições, a Católica captava que 19% do eleitores manifestavam tencionar votar mas diziam não saber em quem. A uma semana das eleições, esse valor tinha baixado para 17%. Agora, a duas semanas das eleições, estamos com 28%. Mas notem como as coisas se complicam quando olhamos para a Marktest: em 2009, na última sondagem antes de eleições, a Marktest captava 37% de indecisos. Na mais recente, 33,3%. Mas na última sondagem de Setembro de 2009 apenas 2,6% de pessoas diziam que não iriam votar!  Vou ser franco: acho que na Marktest há muita abstenção misturada com indecisão e vou-me arriscar a dizer que nestas eleições parece haver uma percentagem superior de pessoas que se sente indecisa em comparação com 2009.

3. Porque estas coisas mudam mesmo de eleição para eleição. Segundo os dados dos inquéritos pós-eleitorais do projecto Comportamento Eleitoral dos Portugueses, eis as percentagens de eleitores em relação ao total (incluindo abstencionistas) que afirmam ter decidido em quem votar na última semana antes da eleição:

2002: 9%
2005: 17%
2009: 10%

4. Como tratar os indecisos numa sondagem de intenção de voto?
– Primeiro seria importante garantir que estamos a falar da mesma coisa. Tal como os dados iniciais sugerem, não estamos.
– Segundo, seria importante garantir que os dados brutos estão sempre disponíveis: distribuir os indecisos desta ou daquele forma é importante para que os resultados das sondagens sejam comparáveis entre si e comparáveis com os resultados de eleições, mas os leitores devem ter acesso aos dados antes de qualquer distribuição. Hoje em dia, pelo menos através dos depósitos na ERC, essa informação existe.
– Terceiro: não há consenso sobre a melhor maneira de lidar com a questão. Nos Estados Unidos, a grande discussão é a de saber se os indecisos devem ser distribuidos igualmente ou proporcionalmente pelos dois principais partidos, ou ainda se se deve usar uma pergunta de “inclinação de voto”. Há estratégias mais complicadas, mas tendem a ser usadas mais por analistas dos resultados do que pelas empresas, precisamente por serem complicadas e difíceis de transmitir. E quando são usadas pelas empresas – “o challenger rule” da Gallup, por exemplo, que supõe que os indecisos se inclinam mais para o partido menos votado – isso baseia-se em conhecimento de um contexto completamente diferente do nosso. Em Portugal, naturalmente, ninguém redistribui indecisos igualmente pelos partidos: isso não faz sentido num sistema multipartidário. O que se faz é ou tratá-los como abstencionistas (o que significa distribui-los proporcionalmente pelas opções válidas) ou usar uma pergunta de inclinação de voto (Católica).

5. O que não se faz: nenhuma empresa redistribui na base de resultados eleitorais passados; nenhuma empresa pondera os seus resultados na base de recordações de voto em eleições anteriores. Digo isto porque vi a confusão surgir quer em comentários a este blogue quer num debate ontem na SIC Notícias.

10 Comments

  1. Gonçalo says:

    Julgo que, para cada situação, há perguntas clarificadoras a fazer aos indecisos.
    Se a indecisão é entre votar e não votar.
    Se a indecisão pende entre dois partidos da oposição apenas (à esquerda ou à direita do PS), etc.
    Assim, a distribuição dos indecisos clarificar-se-ia…
    Não será assim?

  2. Sim, sim, mas nem sempre são feitas, precisamente.

  3. É muito bom poder ter esclarecimentos e ajuda para ler sondagens que os jornalistas interpretam de modo muito abusivo. Obrigado.

    Perdoe-me a linguagem, mas o CESOP parece-me mais o centro de disparates da Universidade Católica. Como não quero acreditar em má-fé, as sondagens destes senhores devem ser feitas por moeda ao ar.

    É o que resulta da minha leitura, porventura incorrecta, da história de falhanços monumentais deste centro.

    Não confiaria neles nem para escolher a localização de um quiosque…

  4. touaki says:

    Pedro:
    Parabéns pelo blog que é referência nacional para quem se interessa por estas coisas. Mas uma pequena correcção: “captaba”????
    Não me lembro de ver isto no acordo ortográfico. A pressa e o teclado às vezes são marotos, já que o “v” e o “b” até são vizinhos de teclado.
    Logo que possa corte este comentário.
    De resto parabéns novamante.

  5. “É a pronúncia do Norte…” Obrigado pela correcção e pelo resto.

  6. Marcos says:

    Viva

    3 perguntas:

    1-Tenho verificado que em todas as sondagens, sem excepção, há uma grande quantidade de pessoas que não querem responder. Essa percentagem é semelhante a eleições passadas ou é maior agora?

    2-Considerar os indecisos como abstencionistas (distribuindo-os proporcionalmente pelos partidos) não cria enviezamento? Embora existam vários motivos pelos quais os eleitores estão indecisos, será errado pensar que a maioria deles estará indeciso por razões semelhantes, pelo que, quando se decidem a ir votar (os que decidem) a maioria irá decidir da mesma maneira?

    3- Tem alguma noção sobre a percentagem de indecisos que acabam por não ir votar? Tenho ficado com a sensação que muitos dos que dizem estar indecisos, acabam por se abster.

  7. Boa noite Pedro,

    Antes de mais, parabéns pelo seu trabalho. Vou acompanhando frequentemente e muito tenho aprendido.

    Uma questão rápida: faria sentido perguntar aos eleitores se votaram na última eleição do mesmo género (legislativas, neste caso)? Ou então nas últimas duas?

    A minha hipótese instintiva é que há uma “reincidência” significativa na abstenção. Podia servir como pergunta de despiste, tanto em alegados votantes como em alegados abstencionistas?

    Obrigado pelo esclarecimento.

    Um abraço!

  8. Marcos: sobre os NR’s, como são tantas vezes misturados com os NS’s, confesso que não tenho tendências. Sobre os enviesamentos causados pelas diferentes formas de distribuir indecisos, pois, essa é a a questão. A referência que deixo no post debate-a melhor do que eu poderia fazer. E não sei a %, mas sim, muitos acabam por ser abstencionistas.

    Tiago: faz sim senhor. Essa é uma das perguntas típicas que se usam para estimar um “votante provável”. A Católica fez isso em tempos, não sei se faz hoje. Pelos nºs que a Aximage tem para os abstencionistas, suponho que algo do género faça parte do modelo deles. Seja como for, pelo menos uma pergunta filtro que determine de alguma forma a probabilidade de alguém votar (em vez de perguntar apenas vai ou não vai) parece-me importante.

  9. Nuno says:

    Caro Pedro Magalhães, sendo que não são negligenciáveis os abstencionistas, nulos e indecisos, porque motivo os números das sondagens não dizem respeito ao universo de eleitores completos, mostrando que os partidos mais votados andam na verdade em torno dos 20% ou menos.

    Isto porque acho que o efeito psicológico da abstenção era muito amplificado e podia motivar as pessoas a irem votar uma vez que faria que se sentissem uma parte fulcral nas eleições, em vez de se conformarem com o que parece uma fatalidade nas sondagens apresentadas somente com as intenções de voto manifestadas.

    Os indecisos, votos em branco e abstencionistas raramente merecem menção nos media, quanto mais uma muito necessária reflexão sobre a sua origem.

  10. […] Ou pelo menos é o que elas próprias nos dizem nos inquéritos pós-eleitorais que terá sucedido: 9% em 2002, 17% em 2005, 10% em 2009 e 9% em 2011. E isto é em relação ao total de eleitores. Em relação ao total de pessoas que […]

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