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Pedro Magalhães

Ainda sobre referendos

1. Vale a pena ler, para quem tiver acesso à B-On, este artigo saído no mês passado, de Shawn Bowler, Todd Donovan e Jeffrey Karp, onde se mostra, entre outras coisas, como o apoio à democracia directa como forma de tomar decisões políticas é esmagador nas democracias industrializadas.

Mostra-se também no artigo como esse apoio não vem apenas das pessoas mais desencantadas com o funcionamento da democracia representativa. Ele vem ainda mais, simplesmente, da parte das pessoas que se interessam mais pela política e desejam mais oportunidades de participação, sem necessariamente exibirem maiores níveis de desconfiança em relação ao sistema político.
Logo, há determinadas interpretações que convém não fazer dos resultados desta sondagem. Não creio que haja uma predisposição especial para referendar o tratado hoje aprovado. O que há é um apoio generalizado ao instituto do referendo, para este tratado e tudo o resto. E não parece que haja um apoio ao referendo baseado na desconfiança em relação às elites políticas. O que há, pelo menos tanto como essa desconfiança, é vontade e interesse em participar. O problema é se as elites começam a dar a ideia de que “conspiram” para impedir essa participação….
2. Para fazer a vontade a Pacheco Pereira, a sondagem da Católica que vai para o campo neste fim de semana coloca a questão. Estou a brincar: o questionário estava preparado desde a semana passada. Quanto ao “inquinado”, é relativo. O que é mais realista e com consequências para o futuro: saber se se deseja o referendo a um tratado antes ou depois dele existir?

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