As últimas sondagens
Posted July 12th, 2007 at 9:52 amNo Comments Yet
Este post vai ser actualizado ao longo do próximo dia e meio. Vamos só recordar as regras básicas, para não haver confusões:
1. Os resultados são retirados da imprensa. Fazem-se hiperligações para as notícias sempre que disponíveis.
2. São apresentados dois tipos de resultados: intenções directas de voto/resultados brutos, ou seja, a distribuição das diversas opções de resposta pelo total da amostra; e estimativas de resultados eleitorais, a negrito, ou seja, a distribuição das opções válidas de voto.
3. Quando os institutos não divulgam uma estimativa de resultados eleitorais, isto significa que não querem fazer quaisquer pressuposições sobre a forma como os indivíduos que dizem não saber ou não querer dizer em quem vão votar se distribuem pelas restantes opções.
4. Contudo, nesses casos, calculamos as estimativas de resultados eleitorais presumindo que as opções “Ns/Nr” significam abstenção (casos assinalados com um asterisco). Porquê?
– as intenções directas de voto não são comparáveis entre si, devido a diferenças metodológicas que causam enormes variações nas percentagens de não respostas e de abstencionistas declarados que são captados pelas sondagens, e devido ao facto de que os abstencionistas declarados são incluídos nuns casos e não noutros.
– alguns institutos não divulgam intenções directas de voto, o que inviabiliza ainda mais quaisquer comparações;
– tornar os resultados comparáveis entre si e com resultados eleitorais presumindo abstenção de “Ns/Nr” é a boa prática internacional nesta área, sancionada e confirmada dezenas de vezes em muitos estudos académicos (como este ou este, ou ainda neste referência clássica).
Isto não significa que o autor deste blogue esteja convicto (ou deixe de o estar) de que esta pressuposição é a que permite melhores inferências descritivas sobre a população ou até melhores “previsões”. E é perfeitamente respeitável que os responsáveis de institutos não tenham qualquer teoria sobre o que fazer aos “indecisos”. Contudo, na ausência dessa teoria, convém evitar confusões desnecessárias na opinião pública causadas pela não-comparabilidade dos resultados (como neste caso) ou até, como infelizmente já sucedeu (mas felizmente cada vez menos), que a posteriori se possam fazer manipulações grosseiras , comparando resultados brutos de sondagens com resultados eleitorais sempre que isso ajude a dar uma imagem de “maior precisão”.
5. Quando as estimativas são calculadas por mim, os resultados são apresentados sem casas decimais, apenas porque sou da opinião que não faz sentido apresentar casas decimais em sondagens. Aqui explica-se porquê. Contudo, isto não passa de uma opinião. Os resultados divulgados com casas decimais são apresentados tal como divulgados.
Então vamos lá (14.56h, dia 13):
-Grande estabilidade nos resultados da Marktest em relação à última sondagem. Aumento de OBN deve-se, em grande medida, ao aumento da declaração de “voto em branco”;
– Na Católica, em comparação com o final de Maio, o mais assinalável é a subida de Ruben e Sá. Mas note-se nos resultados brutos: 32% de indecisos. Estes valores variam muito de instituto para instituto, porque são medidos de maneira diferente (nuns casos como opção dada pelo inquirido de forma espontânea, noutros como uma de várias opções previstas, noutros com uma pergunta específica). Mas nunca tinha visto, em sondagens da Católica, um valor tão alto.;
– A Intercampus mostra estimativas que prolongam tendências que vem detectando desde o início: Costa, Carmona e Ruben a subirem; Negrão e Roseta a descerem. É mais “excêntrica” sondagem das últimas quatro, nomeadamente no que diz respeito a Costa, Roseta e Ruben, mas isso nada diz sobre a precisão com que está a captar a realidade, que pode ser maior do que a de todas as restantes;
– Eurosondagem muito semelhante à sua sondagem anterior.
Amanhã falamos com mais calma.
Fontes para as últimas sondagens:
Marktest
Eurosondagem
Intercampus
Aximage
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