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Pedro Magalhães

Euroteste, 27 de Janeiro

Uma nova sondagem, desta vez da Euroteste e publicada pela Visão. Os resultados destacados pela revista são os seguintes:

PS:40%

PSD:32%

CDS-PP:6%

BE:5%

CDU:4%

Outros, brancos, nulos:3%

Indecisos:10%

Tudo explicadinho e completo, sem casas decimais. A sondagem foi feita pelo telefone, no Continente, com 800 entrevistas estratificada por idade, sexo, habitat, região, ocupação e voto em 2002 (ou seja, combinando estratificação com quotas).

A notícia, para além de fornecer outras informações interessantes sobre questões adicionais às da intenção de voto, insiste na ideia de que o PS está longe da maioria absoluta. Mas não me parece que seja bem assim. Ou melhor, se é assim ou não é coisa que a que a sondagem não responde cabalmente.

Porquê? Porque se fizermos com que estes resultados se tornem comparáveis a resultados eleitorais, ou seja, eliminando os indecisos da base de cálculo percentual, os resultados ficam assim:

PS:44%

PSD:36%

CDS-PP:7%

BE:6%

CDU:4%

OBN:3%

E se pegarmos nestes números e fizermos a brincadeira da Eurosondagem descrita aqui anteriormente (com todas as limitações que o exercício tem), o PS fica com…113 deputados. Não me parece muito longe. Ou seja:

– os 40% do PS na sondagem só seriam 40% de votos se todos os indecisos votassem em partidos que não o PS;

– logo, se eles exprimissem de facto intenções de voto firmes até ao dia das eleições, é provável que o PS tivesse algo mais do que 40%.

Assim, a ideia de que este resultado significa ver a maioria absoluta por um canudo é contestável, da mesma forma que a ideia contrária também o seria. Eu sei que as pessoas querem certezas e coisas definitivas, mas o método não as dá.

Quanto à poll of polls, esperem até mais logo. Porque logo sai outra sondagem, e assim vemos tudo de uma vez.

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