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Pedro Magalhães

Liberalism against Populism

A propósito desta frase de um post meu anterior – “porque a percentagem mais elevada de concordância com a ideia de que o seu país é governado de acordo coma vontade do povo é atingida num regime…não democrático. Malásia, com 71%” – recebi esta mensagem do Jorge Candeias:

“A verdade é que não existe uma relação directa entre a democraticidade do sistema de selecção dos dirigentes e o respeito pela vontade do povo de que esses dirigentes dão mostras uma vez seleccionados. Não é essa a grande vantagem das democracias sobre sistemas totalitários: a grande vantagem da democracia é fornecer um mecanismo geralmente aceite e em geral pacífico para a substituição dos dirigentes que *não* governam segundo a vontade do povo.”

O argumento é, claro, interessante, e encontra-se apresentado na sua forma mais acabada neste livro, um clássico absoluto da Ciência Política, escrito pelo homem que mais contribuiu – para gáudio de uns e desgosto de outros – para a penetração do estudo da política pelas teorias económicas, William Riker.

Aqui usam-se as teorias económicas da “escolha colectiva” (Arrow, outra vez) para mostrar que as expectativas “Rousseaunianas” em relação à democracia são irrealistas e que nos podemos e devemos contentar com uma visão mais “Madisoniana” (democracia como separação de poderes e, no máximo, “throw out the bad guys”).

Pano para mangas, e não vai ser hoje…(de assuntos complicados, tenho ainda por cumprir uma análise do eleitorado do Bloco de Esquerda). Mas já agora, para um desancanço monumental nas ideias de Riker (e, talvez, do Jorge Candeias), ver isto (disponível, pelo menos, na biblioteca do ICS).


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