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Pedro Magalhães

Super Tuesday

Um e-mail:

Admito que entre os Republicanos, McCain esteja bem sólido na frente; o apoio de Giuliani acaba por lhe dar mais votos na Califórnia e em Nova Iorque, onde já liderava. (…) Agora os Democratas: sigo com atenção os gráficos do Pollster e outros sites, e creio que as últimas tendências devem levar-nos a proceder com cautela. Repare: nos dois Estados mais relevantes (CA, NY), Clinton tem uma vantagem ligeira. Obama tem vindo sempre a recuperar e parece que ganha votos a cada dia que passa. A última sondagem da Rasmussen já só dá uma diferença de três pontos. Em Nova Iorque, o cenário é parecido: o de dia 29 da PPP dá Clinton a perder 11 pontos (!) e Obama a subir 5. A diferença ainda é razoável? Claro que sim. Mas mesmo partindo do princípio que Clinton vence os dois Estados, julgo que será por uma margem curta. Ora, havendo proporcionalidade na distribuição dos delegados… Além disso, Obama poderá compensar com um triunfo esmagador no Illinois (que também tem uma boa percentagem de delegados). E pelo que tenho visto, pode ainda ganhar a Geórgia, o Colorado, e se calhar mais dois ou três Estados do Sul.

Dir-me-á que o “trend” de todas as sondagens é claramente favorável a Clinton. É um facto, mas também é certo que a maioria das sondagens recentes de que dispomos foram feitas ainda antes das Primárias da Carolina do Sul, onde Obama venceu de forma clara. Creio que esse triunfo terá criado algum “momentum” – certamente mais que a vitória “irrelevante” de Clinton na Florida. Em resumo e para não maçar mais: com a tendência actual, que é a de Clinton descer e Obama subir – e faltando ainda alguns dias para Terça-Feira – não lhe parece que há boas probabilidades de os resultados serem muito próximos? (…) Não será ainda “too soon to call?”

Eu acho que o leitor tem genericamente razão em tudo o que diz (assinalo a bold os pontos que me parecem mais importantes). Ou seja: é mesmo “too soon to call”, sem dúvida. Em muitos dos estados em jogo no próximo dia 5, o resultado é uma incógnita, devido ao reduzido número de sondagens. E Obama está claramente a subir nas sondagens a nível nacional, que captam o “mood” geral desta fase da campanha.


Contudo:

– A sondagem Rasmussen para a Califórnia é, para já, um outlier;
– A vantagem de Clinton em Nova Iorque é bastante mais confortável do que uma leitura apressada da mensagem pode sugerir, e não estou seguro que os dados indiquem o crescimento de Obama;
– Nos mercados electrónicos – mas enfim, importa debater o que valem – ninguém tem dúvidas sobre quem vai ganhar em NY, NJ e Cal, e a vantagem de Clinton para a nomeação é muito grande.
– Clinton tem mais dinheiro para gastar que Obama neste momento.

Em suma: se eu tivesse de apostar, apostava Clinton sem a mais pequena hesitação, mas não apostava a casa e o carro. Apostava, sei lá, o dedo mindinho da mão esquerda (mas com anestesia).

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